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Peninha explica como Independência permitiu manutenção da escravidão: 'Brasil mudou para ficar igual

No Dia da Independência, Pedro Bial conversa com o historiador

Por Gshow - 07/09/2020 17h18 Antecipando as comemorações dos 200 anos da Independência do Brasil em 2022, o jornalista e escritor Eduardo Bueno, o Peninha, está lançando o livro "Dicionário da Independência: 200 anos em 200 verbetes". No 7 de setembro, ele conversa com Pedro Bial sobre fatos e símbolos dessa história nem tão conhecidos quanto o grito de Dom Pedro às margens do rio Ipiranga.


Eduardo Bueno conversa com Pedro Bial — Foto: Reprodução/TV Globo

Entre os assuntos, Peninha e Pedro Bial falam sobre como as mulheres não têm seu papel reconhecido na história da independência. Peninha enfatiza que quem escreveu e assinou o decreto foi a esposa de Dom Pedro, Maria Leopoldina. "Como regente na ausência de Dom Pedro, ela recebe as cartas e, junto a José Bonifácio, decide que é a hora da independência, faz o decreto e assina." Filha de Francisco I, rei do sacro-império da Áustria, Dona Leopoldina era culta, inteligente, interessada em filosofia e em artes. Conta Peninha que a austríaca, que conheceu o pianista Schubert e trocou ideias com Goethe, foi ridicularizada pela casa de Bragança e a família real portuguesa ao chegar no Brasil cheia de livros. "Ninguém lia. Dom Pedro não deve ter lido um livro na vida dele. A educação dele foi péssima, era péssimo latinista. Não teve educação formal, foi jogado pelos próprios pais."

Peninha também se diverte ao relembrar canção de "Independência ou Morte" com Tarcísio Meira — Foto: Reprodução/TV Globo

O historiador faz questão de enfatizar que o processo da independência foi uma articulação da bancada ruralista para que se mantivesse a escravidão. No pacto entre a família real e as elites, havia o desejo de mais autonomia, mas sem alterar a forma como a sociedade estava organizada. "Foi mais um dos momentos que o Brasil mudou para ficar igual. Para que elites rurais se mantivessem no poder. Ao contrário das colônias espanholas, o país não se partiu em pequenas repúblicas: tornou-se uma monarquia. Diferente de Paraguai, Argentina e Colômbia, a escravidão não acaba." A conversa é hoje, depois do Jornal da Globo.

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