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49 itens encontrados para ""

  • Cadê Cadê? Tá na Revista Crescer!

    Estar na coluna "Livro que amamos", da Revista Crescer, é sempre uma alegria. Isso porque é neste espaço que Cris Rogério, jornalista e pesquisadora de literatura para a infância e do livro ilustrado, apresenta lançamentos que ela considera mais relevantes. Em dezembro, Cris dá destaque para o nosso CADÊ CADÊ, de Xadalu Tupã Jekupé e Paula Taitelbaum, uma obra bilíngue português/guarani com tradução de Ara Poty (Maria Ortega). Vale ler o texto da revista e, mais do que isso, conhecer o livro. :-)

  • Xadalu e guaranis: diagramas de alteridade e trocas

    Texto do crítico de arte Paulo Herkenhoff, publicado no site oficial de Xadalu Tupã Jekupé. A situação das sociedades originais das Américas é a evidência fragorosa do fracasso do processo colonial. Em 500 anos de invasão, os povos autóctones conheceram a rapsódia invertida de um épico perverso onde ocorreram genocídios, escravização, guerras simbólicas, proselitismo de religiões cristãs, doenças novas, fome, extinção e dizimação, imperialismo linguístico, degradação cultural, diásporas, destruição do ambiente, usurpação de terras e outras riquezas, roubo de saberes, sob muita violência difusa. “Como essa história do contato entre os brancos e os povos antigos daqui desta parte do planeta tem se dado?”, indaga Ailton Krenak em seu blog. A arte de Xadalu não vai mudar o mundo, mas pode alterar nosso olhar sobre as coisas . Ao abraçar a causa dos guaranis, ele conforma um ethos para sua arte de agenciamento social. Seu nome é Dione Martins. Xadalu vem de Shadaloo, do desenho Street Fighter. Na infância, ele e um amigo imaginaram criar a empresa Xadalu. Nas primeiras intervenções nas ruas, ele colocou o nome Xadalu no indiozinho que colava pelas paredes - passou a ser chamado de Xadalu, por ser um street fighter, um guerreiro das ruas como gari e artista. Embora seja trineto de guaranis por conta de Adalva, sua triavó materna, Xadalu não reivindica a identidade guarani. Por puro pudor, alega não falar guarani e considera a língua um fator constitutivo da identidade cultural. No Amapá, Pituku Waiãpi fazia perguntas na língua waiãpi como parte do processo de pintar seus quadros - “aí eles me respondem em waiãpi, onde é para pintar, o que falta.” Xadalu se tem por mestiço, pois sua mãe Maria Catarina Martins da Luz é negra; daí não ousar falar em nome dos guaranis, mas, através de sua arte reivindicar a visibilidade da etnia. Após entender sua própria identidade, formou a identificação irmanada com os guaranis. Diz ele, “minha vó Dalva [Dalva Oliveira da Luz] era um fragmento indígena que ainda resistia vivendo na beira do rio, morava numa casa de barro e capim, vivia da pesca.” A fala de Xadalu é moldada pela linhagem feminina. “Elas me mostraram o quanto as fortalezas podem ser vulneráveis e ao mesmo tempo inquebrantáveis, pois tudo vai depender da circunstância e do ponto de vista em que a vida nos coloca,” afirma. Xadalu compôs o êxodo rural e superou a condição de lumpen, mas não é um artista do miserabilismo. A partir da vivência, ele proclama o “matriarcado de Pindorama”, que Oswald de Andrade consagrou no Manifesto Antropófago (1928). Em Alegrete, onde nasceu em 1985, nunca havia pensado nos guaranis “já que não existe aldeia ao redor de Alegrete, foram todas exterminadas, mas sabemos que depois da guerra guaranítica houve refugiados guaranis que foram morar na beira do rio Ibirapuã.” Em 1996, dona Maria e dona Dalva, avó e mãe de Xadalu, tomaram uma decisão em 1996. “Viemos tentar uma nova vida em Porto Alegre e por falta de emprego e péssimas condições financeiras fomos parar num periferia, a Vila do Funil,” informa ele . Até 1999, ele e sua mãe juntavam latinhas para sobrevivência. Depois, foi gari. Em 2003, Xadalu criou uma oficina de serigrafia na Vila do Funil. A mãe e a avó sempre estimularam Dione a estudar malgrado a vida precária. Lembrando-se da Serigrafia Gaúcha, seu primeiro emprego, diz que “nem imaginava o que viria, só sabia que lá eles pagavam almoço e passagem.” Numa virada de ano, o street fighter Xadalu colou quase 10.000 adesivos pela cidade. É um caso raro de uma artista mestiço que retoma questões estratégicas de sua integração numa metrópole. Rege-se por uma intencionalidade precisa: tornar os guaranis visíveis. “Em pouco tempo já estava íntimo das ruas e mal sabia que nunca mais iria conseguir viver sem elas. Essa mistura de periferia com asfalto (ruas) tornou empírico meu DNA marginal. Tanto a periferia quanto a rua, sinto elas como a extensão do meu corpo, fazem parte de mim.” Hoje Xadalu tem um círculo de amigos como Toniolo, o mais antigo pixador do Brasil, e colabora com Smok e Dick da grife Maiorais. Xadalu trata de deslocamentos territoriais, de sua saída do interior para a capital até o reconhecimento da diáspora dos guaranis. Sua metáfora, os primeiros trabalhos na rua enquanto catador de latinhas e gari, num percurso dos desterrados. Xadalu produz uma obra que quanto mais dispersada, mais eficiente é sua comunicação. Ele conheceu o extremo da margem – “as vassouradas nas ruas de Porto Alegre, no primeiro emprego como gari, me mostraram um mundo de preconceito, desigual e desleal, mas tudo isso foi bom para fortalecer meu aprendizado.” A utopia tem a substância do humanismo no projeto de Xadalu. O humanismo, por sua inatualidade, possibilita-lhe convocar o conceito em face da radicalidade de situações brutais do “inumano no humano”, nos termos da análise de Emmanuel Levinas de Humanisme de l’autre homme. No oposto do guarani italianizado de Il Guarany de Carlos Gomes, Xadalu age por contaminações culturais do homem nativo concreto, numa interculturalidade atravessada por trocas e resistência à violência. Ele sabe que a diáspora guarani foi e é imensa. “O Ibirapuitã, rio que banhava minha cidade,” conta Xadalu, “desemboca no Ibicuí que desemboca no rio Uruguai (rio onde teve muitos conflitos de guerras e extermínios indígenas; até hoje causa incômodo aos guaranis pois é uma fronteira onde eles tem que pedir para passar para ver seus parentes que moram na argentina).” Disseram que meu bicho pode ser o Jaguaretê (onça), diz Xadalu. Toda onça é, portanto, um autorretrato. Seus guaches exploram temperaturas quentes sob a harmonização estridente das cores como acontece com pinturas de alguns artistas amazônicos como diversos os Ashaninkas e os Huni Kuin na região do Acre e Carmezia Emiliano entre os Macuxis em Roraima. Os bichos de Xadalu têm um desenho sinuoso, próximo de certa cultura gráfica Pop articulado aos animais na madeira ?? dos guaranis. Tudo nele remete a uma visão periférica da cultura visual - a rua, o subúrbio, as aldeias guaranis. A situação dos territórios guaranis demarcados gera penúria por sua diminutez e dificuldades de sobrevivência digna. A presença de guaranis nos espaços públicos de Porto Alegre é alvo de hostilidades de alguns comerciantes que acham que “os índios estragam o ambiente”. Xadalu produziu um cartaz por volta de 2005 com a inscrição ÁREA INDÍGENA, em verde e amarelo. Houve uma enorme reação. Os guaranis se regozijaram e entenderam que era um espaço para seu artesanato; os comerciantes sentiram-se ameaçados. Um cacique pediu a Xadalu que espalhasse pelo centro. Numa noite, Xadalu colou 1000 deles!. ÁREA INDÍGENA é um dispositivo anti-desterritoriação. “No dia em que não houver lugar para o índio no mundo, não haverá para ninguém,” diz Ailton Krenak. Xadalu reivindica o reconhecimento das terras guaranis, a reterritorialização das aldeias e o reconhecimento simbólico da Tekoha. Para entender Xadalu examine-se a etimologia do termo solidariedade - do latim solidus, inteiro, consistente. Nele, solidariedade é a responsabilidade recíproca num meio social, de pessoas que criam relações de trocas simbólicas e sob vínculos estéticos e éticos, remuneradas de modo justo. Não é salário, mas colaboração. A esta arte chamo de diagramas de sociabilidade. Cura e equilíbrio estavam na arte terapia de Nise da Silveira e Osório Cesar. Lygia Clark dissolveu a arte num modelo terapêutico como a “estruturação do self” no espaço pré-verbal. Escuta Alguns artistas abrem espaços de escuta para segmentos da sociedade: Dias & Riedweg com menores de rua, Walda Marques com vendedoras de cheiro do Pará, Rosana Palazyan (No lugar do Outro), Rivane Neuenschwander e Xadalu. O vídeo Ymá Nhandehetama (Antigamente fomos muitos) de Armando Queiroz é um colóquio sobre as situação das populações autóctones hoje com Almires Martins Guarani, que defendeu uma tese no Pará sobre direito indígena guarani. Dar voz. Estratégia de Vídeo nas aldeias do antropólogo Vincent Carelli que propicia meios tecnológicos para a ação simbólica aos indivíduos. O artista provedor não suga a mais valia simbólica e material do da experiência de vida do Outro, mas oferece produção de renda: Geraldo de Barros, Celeida Tostes, Alexandre Sequeira, Bené Fonteles, Eduardo Frota e Igor Vidor. Tornar visível. Hélio Oiticica, Lygia Pape, Cildo Meireles, Sebastião Salgado e Paulo Nazareth trazem a luz dramas da existência. Xadalu produziu retratos de cinco crianças, mulheres e homens guaranis que portam uma pequena escultura do animal com que se identificam: Esses Seres invisíveis, são retratos-emblemas de subjetividades, como a de Daniel Ortega que porta uma coruja, que ombreiam com a série Marcados para viver de Claudia Andujar dos Ianomamis. Porque os trabalhadores guaranis passam por impercebíveis nas ruas de Porto Alegre, Xadalu impremir seus retratos sobre chapas de raio X, em forma de negatoscópio. Advogar pela causa das sociedades autóctones. Nos anos 60, expande-se a consciência do genocídio dos povos da floresta praticado impunemente pela expansão territorial do capitalismo sobre seus territórios durante a ditadura de 64. As grandes forças de denúncia foram os antropólogos e indianistas, as universidades, a imprensa (foto-jornalistas, como Claudia Andujar junto aos Ianomâmis), a Igreja Católica, e os artistas (Cildo Meireles e Claudia Andujar). Contra a mais valia simbólica Um processo de agenciamento do capital simbólico coletivo. Paula Trope (Meninos do Morrinho) é exemplo da solução equânime para o problema da mais valia simbólica. Muitos artistas contemporâneos não extraem a mais valia simbólica e material do discurso calcado da experiência de vida do Outro. Ao contrário, incorporam a colaboração autoral, praticam a escuta social e provêem algum retorno ou remuneração. Xadalu substituiu a alienação pela constituição do Outro em sujeito moral e econômico, individual ou coletivamente. Entre os diagramas de alteridade de Xadalu estão: Cursos profissionalizantes. Ensino de serigrafia nas aldeias Tekoa Koenju, Tekoa Pindó Mirim e Tamanduá para jovens usarem a figura do índiozinho Xadalu na edição de camisetas para venda. Banheiro. Não havia banheiro em Pindo Poty, a aldeia mais pobre de Porto Alegre, em diálogo com o cacique, Xadalu constrói um. Reflorestamento. Preza, marca de armações de óculos, criou um modelo com seu indiozinho. Xadalu usou seus honorários em Pindo Poty. Como lá não há artesanato porque a mata foi devastada, ele propôs o plantio de Kurupy para produzir madeira para os artesãos no futuro (cerca de 300 mudas). “O alinhamento com as aldeias do Rio Grande do Sul foi inevitável,” revela um Xadalu luminoso, “me sinto como o jabuti, o mensageiro que leva e traz a informação.” Xadalu não fica à espera por mudanças na sociedade, mas busca agenciar sua potência para agir na escala individual - não se move por impotência; reconhece a pequena medida de suas possibilidades, sem submergir à onipotência. Seus riscos e dúvidas movem sua pulsão de vida no contexto de um contrato social solidário da arte.

  • DNA Marginal

    Xadalu Tupã Jekupé é autor das ilustrações de Cadê Cadê. Nascido no Alegrete (RS) - antiga terra “Ararenguá”, é um artista indígena que usa elementos da serigrafia, pintura e fotografia. Aqui, você pode assistir ao mini documentário "Xadalu: DNA Marginal" que aborda o trabalho que é fruto de sua residência artística no Instituto Inclusartiz, onde Xadalu expõe em forma de arte urbana o tensionamento entre a comunidade indígena e as cidades -- elementos que também estão presentes em Cadê Cadê.

  • Folha de S. Paulo indica "Bichológico" para falar de matemática com crianças

    Em matéria da Folha de S. Paulo, publicada no dia 27 de julho de 2023, e intitulada "Como pais podem melhorar (ou piorar) o desempenho dos filhos em matemática", Uirá Machado e Danielle Castro entrevistaram especialistas sobre como lidar com a ansiedade que as crianças têm em relação à matemática. Ansiedade, inclusive, que pode gerar dor de estômago, suor e taquicardia. A professora de psicologia da Faculdade Saint Mary (EUA), Marjorie Schaeffer, diz que a chave é tornar a matemática natural, tirando a carga de estresse dos números e tratando-os com a mesma normalidade de uma história contada à beira da cama. "Como sociedade, convencemos as famílias de que a leitura é essencial. Pelo menos nos Estados Unidos, a maioria lê um livro para os filhos antes de dormir. Mas não oferecemos o mesmo tipo de estímulo em relação à matemática", diz. A matéria da Folha é super completa e traz várias dicas de como melhorar a relação das crianças com a matemática, entre elas: "Ler livros que tratem de matemática, ou aproveitar outras obras para introduzir a matéria (por exemplo, estimulando que sejam contados objetos ou identificados formatos em uma ilustração)." No final, há dicas de livro que "ajudam a falar de matemática" e, entre as obras sugeridas, está Bichológico, de Paula Taitelbaum. Na obra, as formas geométricas dão vida a cinco bichos de diferentes países. Aproveitamos a deixa pra dizer que a Piu tem mais livros que podem ajudar nessa questão: Ora Bolas, também de Paula Taitelbaum, e Quando o 7 ficou louco, de Bram Stoker.

  • O primeiro livro infantil de Xadalu chega pela Piu

    É com muito orgulho que contamos que Xadalu Tupã Jakupé agora também é autor da Piu. Em 2023, a Editora Piu lança um livro lindo ilustrado por este artista indígena cuja obra é resultado de vivências nas aldeias e de conversas com sábios em volta da fogueira. Em 2020, sua obra “Atenção Área Indígena” foi transformada em bandeira e hasteada na cúpula do Museu de Arte do Rio.

  • As Aventuras da Família Raton no Blog 'Era Outra Vez' da Folha

    O Blog 'Era Outra Vez' é um espaço precioso para a literatura infantojuvenil. Editado pelo jornalista Bruno Molinero, o blog teve uma pausa de pouco mais de três anos e acaba de voltar a publicar textos semanais sobre o universo dos livros para crianças e jovens. Para nossa alegria, no dia 7 de março de 2023, Bruno postou um texto sobre As Aventuras da Família Raton, de Jules Verne, publicado pela Piu. Abaixo, você pode ler o texto na íntegra. E se quiser conhecer melhor o blog e explorar os textos de Bruno (vale muito a pena!) é só clicar aqui. Conheça o conto de fadas de Júlio Verne, de 'A Volta ao Mundo em 80 Dias' 'As Aventuras da Família Raton' brinca com a teoria da evolução de Darwin e ganha tradução no Brasil Por Bruno Molinero SÃO PAULO - Ser o pai da ficção científica tem um preço. Não é exagero dizer que Júlio Verne foi um dos seres humanos mais inventivos de todos os tempos e que simplesmente antecipou ainda no século 19 criações tecnológicas que só ganhariam forma no século 20 —como o submarino, o helicóptero e o holograma, descritos em livros que se tornaram clássicos, casos de "A Volta ao Mundo em 80 Dias", "Vinte Mil Léguas Submarinas" e "Viagem ao Centro da Terra". Quem quiser saber mais sobre essas invenções pode ler a coluna que o curioso Marcelo Duarte escreveu recentemente na Folhinha —é só clicar aqui. Mas abra em outra aba, porque o assunto deste texto é um Júlio Verne mais lado B e pouco conhecido. Ser o pai da ficção científica tem um preço porque, ao produzir obras incontornáveis da literatura ocidental, é inevitável que algumas outras histórias acabem nas sombras. Foi o que ocorreu com um conto de fadas escrito por Verne em 1886. "As Aventuras da Família Raton" tem tudo o que manda a receita: uma fada, é claro, mas também um bruxo maquiavélico, animais falantes, príncipes, palácios, histórias de amor e um vilão rico, poderoso e sem escrúpulos. A trama ficou tão jogada em segundo plano que só agora ganhou uma edição no Brasil, pelas mãos da editora Piu. É óbvio que Verne não criaria um conto de fadas qualquer. Ele recheou o texto com viagens a mundos desconhecidos, o bom humor característico de seus textos e pitadas de ciência, aproveitando para tirar um sarro da teoria da evolução, formulada por Charles Darwin anos antes. Mas vamos primeiro a uma breve sinopse. A história acompanha a família do título, formada por ratos: o sábio pai Ratônio, a esnobe mãe Ratânia, o desastrado primo Ratão, o cozinheiro Ratorello, a criada Ratolina e o casal formado pela filha Ratine e pelo apaixonado Rataniel. Mas eles não são necessariamente ou eternamente roedores. O pulo do gato (ou do rato) é que existe uma fada capaz de fazer os seres vivos evoluírem e mudarem de forma. Sim, os ratos são apenas uma fase da vida. Se fizerem tudo certo, depois eles se tornam aves. Mais adiante, são transformados em grandes mamíferos. Por fim, viram seres humanos, que são a última fase. Mas há também um bruxo capaz de fazer todos voltarem atrás, forçando humanos a regressarem à forma de mamíferos, aves, ratos, peixes e ostras, a base da cadeia alimentar. Enquanto Ratine e Rataniel enfrentam feitiços, bruxarias e maldições para se consolidarem como pessoas e poderem se casar, Verne inventa e descreve lugares fantásticos. Leva o leitor ao fundo do mar, com caranguejos, camarões, lagostas e linguados. Constrói a cidade de Ratópolis, com ratos avarentos, ratos de igreja e ratos dançarinos. Visita até a Índia, com árvores tropicais, desertos e uma esfinge. Tudo bem que as descrições desses espaços não chegam aos pés das que encontramos em livros como "Viagem ao Centro da Terra", mas estamos num texto mais curto e para outro público. O importante é que a capacidade de aguçar a imaginação de quem lê é a mesma. Isso também vale para o uso da ciência. Verne brinca com Darwin durante todo o conto de fadas. Os mais rigorosos vão dizer que o escritor não entendeu nada sobre seleção natural e que usa a biologia evolutiva de um jeito torto —e talvez o francês não tenha compreendido mesmo o que propõe "A Origem das Espécies". O livro célebre de Darwin foi lançado no fim de 1859 e logo alcançou sucesso na Europa, ganhando uma polêmica tradução francesa em 1862. "As Aventuras da Família Raton" é de 1886, ou seja, 24 anos depois da edição de "A Origem das Espécies" na França, tempo suficiente para que Verne tenha lido ou, no mínimo, sido impactado pelos conceitos darwinianos. Todos sabemos, ou deveríamos saber, que uma ostra não evolui para um peixe ou que um tigre não se torna um ser humano. Tampouco existe uma escala de valores na evolução –um ser humano não é melhor nem mais evoluído do que um jacaré, por exemplo, são apenas caminhos biológicos diferentes. O que Verne faz no conto de fadas é usar a evolução como ferramenta para a ficção e para o bom humor —e um jeito de tirar uma casquinha de Darwin. O autor de "A Origem das Espécies" e os biólogos de plantão podem até torcer o nariz. Mas se o livro estiver fora na aula de ciências e dentro do universo da literatura e da fabulação, ele é um prato cheio para a imaginação e para dar risadas. Até porque um dos ratos, no fim, decide não se transformar em humano e seguir vivendo na sua forma peluda de roedor. AS AVENTURAS DA FAMÍLIA RATON Preço R$ 44 (76 págs.) Autor Júlio Verne Editora Piu Ilustradora Catarina Bessel Tradutora Julia da Rosa Simões

  • A Piu vai pousar na Feira do Livro de Bolonha

    Gostaríamos de dividir com você uma novidade bem legal! Estaremos no estande do Instituto Emilia na Bologna Children's Book Fair, a maior feira de livros infantis do mundo! E sabe o que isso quer dizer? Que junto com outras editoras que admiramos, a Piu vai ter um espaço para expor seus livros e apresentá-los ao mercado editorial internacional. As editoras brasileiras convidadas para este estande têm em comum títulos que já passaram pelo Destaques Emília, publicação que é referência em termos de análise crítica dos livros infantis. Lá também serão apresentadas as diferentes ações do próprio Instituto, especialmente seu braço editorial. A iniciativa pretende dar visibilidade ao trabalho das editoras, mas também, e principalmente, reforçar a potência e qualidade de parte da produção editorial brasileira, resgatando assim o prestígio e a força de nosso mercado. Além da Piu, compõem o estande as editoras: Aletria, Barbatana, Caixote, Jujuba, Mazza, Miguilim, Peirópolis, Selo Emília, Solisluna e WMF. Só gente boa!! Além disso, o espaço conta com a representação da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo, que com o Instituto Emília apresentará o projeto de livros para a primeira infância. A edição deste ano da BCBF - Bologna Children Book Fair - comemora seus 60 anos e acontecerá entre os dias 6 e 9 de março. Estande Instituto Emília H29 C34 [We would like to share with you some News! Instituto Emília will have a stand at this year’s Bologna Children’s Book Fair, bringing together Brazilian publishers, whose catalogs stand out for their quality and diversity in the publishing scene for Brazilian children and young people. In common, the publishers present have titles that have already been featured in Revista Emília, our publication that is a reference in the critical analysis of books aimed at children and young people.Emília’s different actions will also be presented at the stand, especially its publishing arm. The initiative aims to give visibility to the work of these publishers and also reinforce the power and quality of Brazilian editorial production, thus rescuing the prestige and strength of our market. Publishers presents in the stand: Aletria, Barbatana, Caixote, Jujuba, Mazza, Miguilim, Peirópolis, Piu, Selo Emília, Solisluna and WMF. And also the representation of the Municipal Department of Education of São Paulo, which, with the Instituto Emília, will present a project of books for early childhood. This year’s edition of the BCBF – Bologna Children Book Fair – celebrates its 60th anniversary and will take place between the 6th and 9th of March. Come visit us! We will be at the Instituto Emília stand (H29 C34).] Get to know the Editora Piu titles that will be at the Instituto Emília stand:

  • "Poupou" para colorir

    Uma ótima atividade para se fazer com os pequenos nas férias é colorir. As ilustrações de Julie Rambaud para o livro "Poupou", de Paula Taitelbaum, são perfeitas para as crianças menores se divertirem pintando. Você pode fazer download da imagem abaixo e imprimir para colorir em casa.

  • Editora Piu no PNLD Literário 2021: "A Morte da Terra"

    O PNLD Literário é um programa do governo de aquisição e distribuição de obras literárias para as escolas da rede pública. As obras inscritas pelas editoras, que devem estar de acordo com a BNCC, podem ser escolhidas pelos professores e instituições de acordo com o que desejam trabalhar em sala de aula. A escolha das obras que participam do PNLD Literário 2021 pode ser realizada até esta sexta feira, dia 18/11, pelo do site do SIMEC a partir do código da coleção. A Editora Piu participa dessa edição do programa com a obra A Morte da Terra, destinada ao Ensino Médio. Escrito por J. H. Rosny Aîné (1856-1940) e lançado originalmente em 1910, é um livro que, mesmo tendo mais de cem anos, é extremamente atual. É um romance de ficção científica que nos contempla com um cenário imaginário no qual os seres humanos estão à beira da extinção. É uma narrativa que se passa num futuro distante em que praticamente toda a água do planeta secou. Só o que existem são alguns oásis verdes onde os Últimos Humanos levam uma vida de apatia e resignação. No entanto, o personagem principal, o jovem Targ, não se deixa envolver por este sentimento. Ele e sua irmã Arva são os únicos que ainda têm energia, coragem e esperança de encontrar água. Targ sonha com um lugar como aquele que um dia a Terra foi (ou seja, a NOSSA Terra atual). #PNLD #PNLD2021 CÓDIGO DA COLEÇÃO: 0428L21603 CATEGORIA: Ensino Médio (PNLD 2021) GÊNERO LITERÁRIO: Romance TEMAS: Diálogos com a sociologia e a antropologia | Ficção, mistério e fantasia | Projetos de vida | Protagonismo juvenil

  • Editora Piu na Feira do Livro de Porto Alegre

    No dia 28 de outubro (sexta-feira) tem início a Feira do Livro de Porto Alegre. Confira a programação da Editora Piu nesse evento! INDEPENDÊNCIA DO BRASIL- 200 ANOS! Com Eduardo Bueno (Peninha), Paulo Rezzutti, Rodrigo Trespach e Rafael Bassi. 02/11, quarta-feira, às 17h30min Auditório Barbosa Lessa ENCONTRO COM PAULA TAITELBAUM Encontro da autora com alunos de escolas de Educação Infantil. 03/11, quinta-feira, às 9h Circo dos Mafagafos BICHOLÓGICO espetáculo de teatro infantil baseado na obra de Paula Taitelbaum Grupo Circo Girassol/Girassol Produções. Com Débora Rodrigues, texto de Paula Taitelbaum e direção de Dilmar Messias. 5 e 6/11, sábado e domingo, às 14h Teatro Carlos Urbim CAFÉ NA PRAÇA Tânia Carvalho recebe Eduardo Bueno, Paula Taitelbaum, Cíntia Moscovich, Lelei Teixeira e Maximiliano Ledur para um papo sobre livros, vida, histórias da Feira do Livro e muito mais! 11/11, sexta-feira, às 16h Teatro Carlos Urbim

  • Em homenagem ao Dia Dos Professores, sugestões de atividades com os livros da Piu

    BICHOLÓGICO: Distribua uma forma geométrica de papel para cada criança e monte com eles um grande painel com colagem coletiva, inspirado nas colagens que formam os bichos do livro. Dependendo do tempo disponível para a atividade, os alunos podem recortar eles mesmo outras formas geométricas para acrescentar na colagem coletiva. Ao final da colagem, você também pode propor que a turma faça um poema conjunto descrevendo a figura criada, como ocorre no livro. PRA QUE SERVE UM DEDO: Proponha que as crianças realizem uma pintura com o dedo tendo como tema algo que esteja no livro como "doce que mais gosta" ou "minha sala de aula". PEDRO E A GANSA MÁGICA Realize um livro “dos desejos” coletivos que aborde tanto desejos individuais quanto desejos de um mundo melhor. Realize uma roda de conversa após a atividade para que os alunos possam comparar seus desejos pessoais, ver o que tem em comum ou não, e para que possam discutir os desejos coletivos, e como eles mudariam o mundo e nossa sociedade se fossem realizados. AS AVENTURAS DA FAMÍLIA RATON Peça que os alunos escrevam uma fábula moderna; uma história cujos personagem são animais e que se passe nos dias da atualidade. AS AVENTURAS DE TOMMY Estimule as crianças a imaginarem as aventuras vividas por Tommy e seu elefante e peça que façam uma história em quadrinhos criando uma nova aventura para Tommy e seu companheiro. Quando finalizadas as histórias, peça que os alunos troquem-nas entre si e leiam a história do colega. QUANDO O 7 FICOU LOUCO Peça aos alunos que escrevam uma redação na qual imaginem o que acontece se um outro número sumir de repente, assim como o 7 some no livro. POUPOU Peça aos alunos que desenhem um animal de sua preferência. Instigue-os a pensar sobre o que esse animal pouparia e peça que desenhem suas ideias ao redor do animal. Depois, faça uma exposição dos desenhos em sala de aula, para os alunos compararem seus animais e aquilo que cada um deles poupou. A MORTE DA TERRA Proponha aos alunos que escrevam uma matéria para um jornal do futuro (exemplo: um jornal do ano 3048). Essa matéria deve falar sobre algo relacionado ao meio ambiente; a floresta amazônica ainda existe? Se sim, como se encontra? Povos indígenas ainda a habitam? Qual a situação do homem nessa atualidade? E da natureza? ORA BOLAS Em conjunto com a turma, escolha formas geométricas e peça para que eles listem quais objetos que conhecem que tem a mesma forma.

  • Programação Mês das Crianças em Porto Alegre

    No dia 12 de outubro (17h), a orquestra da ULBRA apresenta a versão clássica de músicas de famosos filmes infantis, no Auditório Araújo Viana. Os ingressos podem ser adquiridos pelo link https://bileto.sympla.com.br/event/75328/d/150868 Dia 15 de outubro (sábado, às 15h), no Instituto Ling, acontece a apresentação da peça “Bichológico”, inspirada no livro de Paula Taitelbaum. A apresentação é indicada para crianças de 0 a 6 anos e os ingressos podem ser adquiridos através do link https://www.eventbrite.com.br/e/bichologico-espetaculo-inspirado-no-livro-homonimo-de-paula-taitelbaum-tickets-436111249487 Já no dia 22 de outubro, também no Instituto Ling, acontecem as oficinas “T de Tati” (15h) para crianças de 5 a 12 anos, na qual os pequenos farão colagens inspiradas na obra do artista Vik Muniz; e também a Oficina de Música para bebês (16h), voltada para os pequenos de 0 a 3 anos. Link inscrição “T de Tati” https://www.eventbrite.com.br/e/oficina-infantil-fazendo-arte-no-acervo-com-a-incrivel-t-de-tati-tickets-40416002250 Link Oficina de Música https://www.eventbrite.com.br/e/oficina-de-musica-para-bebes-com-clarice-bourscheid-tickets-420686834647 No dia 29 de outubro (sábado, das 15h às 17h), acontece na Fundação Iberê Camargo uma oficina de linoleogravura para crianças de 6 a 10 anos. Já no dia 15 de outubro (sábado), acontece uma oficina de pigmentação com elementos naturais, também para crianças de 6 a 10 anos. As oficinas são gratuitas e as inscrições podem ser feitas pelo link: http://iberecamargo.org.br/programa/mes-das-criancas/ Na Feira Ecológica do Menino Deus acontecerão atividades nos dias 15, 22 e 29 de outubro (das 10h às 12h). No dia 15 haverá uma contação de história com a atriz Mariana Brum. No dia 22 haverá uma oficina de yoga e meditação destinada aos pequenos. As atividades encerram no dia 29 com oficinas de língua inglesa. As atividades são gratuitas e destinadas a crianças de todas as idades.

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